Eu compraria deles. E vc? ~ Esportes e noticias

sábado, 4 de junho de 2016

Eu compraria deles. E vc?

                                                     Eu compraria deles. E vc?

Para bancar casamento, casal vende jujubas e água em semáforos no DF

Cerimônia está marcada para outubro, e faltam mais de R$ 20 mil.
Com placa no pescoço, eles passam quatro horas por dia em ruas.




O casal Victor Santos do Amaral, de 22 anos, e Alícia Sales da Cruz, de 17 anos, decidiu vender jujubas e água em semáforos de Brasília para levantar os R$ 20 mil que precisam para quitar os gastos com o casamento, orçado em R$ 26 mil. Nas quatro horas diárias – incluindo meio-dia, debaixo de sol – que se dedicam ao comércio, eles usam placas penduradas por um cordão ao redor do pescoço com os dizeres "ajude-nos a casar". Desde abril os jovens já arrecadaram R$ 1 mil. A cerimônia ocorre em 15 de outubro, no P Sul.
Eles costumam circular nas pistas próximas ao JK Shopping, em Taguatinga, e vendem 36 garrafinhas de água e 30 pacotes de jujuba por dia, por R$ 2 e R$ 1 respectivamente. O casal conta que ainda falta garantir serviços importantes, como fotografia e terno do noivo.
“O contrato inclui a maioria das coisas, como alimentação, recepção, vestido da noiva – ela só trocaria se fosse possível financeiramente. Eles estão parcelando o pagamento, então não tem nada ‘completamente’ resolvido”, explicou Amaral. 
Ele conta que a ideia de vender água e jujuba surgiu quase ao acaso. "Nós precisávamos de uma renda extra. Um dia estávamos passando por um supermercado e vimos que o custo de jujubas e de água era muito mais baixo do que o preço vendido pelas pessoas no sinal. Achamos que seria possível manter uma margem de lucro boa."
Alícia Sales da Cruz, de 17 anos, já recebeu R$ 50 de um senhor que decidiu ajudar ela e o namorado a casar (Foto: Mateus Vidigal/G1)Alícia Sales da Cruz, de 17 anos, que já recebeu R$ 50 de um senhor que decidiu ajudá-la a casar com o namorado e assim permanecer em Brasília (Foto: Mateus Vidigal/G1)
Os jovens têm um ano e meio de namoro e se conheceram no grupo de teatro da igreja evangélica que frequentam em Vicente Pires, região onde Alícia mora, sozinha. A família dela é de Luzilândia, no Piauí. Após problemas familiares, a garota veio para a cidade em busca de melhores oportunidades, mas passa por dificuldades financeiras para se manter.
Nós precisávamos de uma renda extra. Um dia estávamos passando por um supermercado e vimos que o custo de jujubas e de água era muito mais baixo do que o preço vendido pelas pessoas no sinal. Achamos que seria possível manter uma margem de lucro boa"
Victor Santos do Amaral,
estudante
De acordo com o casal, a união é uma forma de ela não precisar retornar ao Piauí. Os jovens consideram morar na casa da sogra, em Taguatinga, onde Amaral já mora. "Eles [meus parentes] me apoiam na minha decisão de casar", afirma Alícia.
O rapaz conta que também tem o apoio da família. "Minha mãe às vezes empresta o carro para vendermos as coisas e irmos para o trabalho depois", diz ele, que cursa matemática à distância.
O casal trabalha em uma loja de hambúrgueres e junto recebe R$ 2,5 mil – a menina é caixa e Amaral, gerente. Lá, os dois ficam de 15h às 00h todos os dias. "Nos resta o horário da manhã e início da tarde. Ficamos nos sinais aqui próximos ao shopping de 9h às 13h", conta o estudante.
Os jovens contam chamar atenção nos semáforos. Embora não recebem grandes doações, eles contam que são muitas as pessoas que descem dos carros para tirar foto junto. Questionada se acha que conseguirá reunir todo dinheiro necessário para o casamento, Alícia responde com segurança que sim. "Temos fé que vai dar certo, faz parte dos planos de Deus."
Victor Sales Amaral, de 22 anos, trabalha em uma rede de hambúrgueres e estuda matemática online (Foto: Mateus Vidigal/G1)Victor Santos do Amaral, de 22 anos, que trabalha em uma rede de hambúrgueres e estuda matemática online (Foto: Mateus Vidigal/G1)
Ela diz se lembra de um homem que a ajudou com R$ 50, sem pedir garrafas de água ou jujubas em troca. "Ele só me perguntou se eu precisava de ajuda e, quando respondi que sim, ele me deu a nota sem comprar nenhum dos produtos. [...] Tem gente que nos pergunta se vamos casar mesmo, falam que vou estragar minha vida casando tão jovem. Não ligo, Deus vai nos abençoar."

0 comentários:

Postar um comentário