As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são aquelas que podem ser adquiridas durante o contato sexual.
Na atualidade, a incidência das doenças sexualmente
transmissíveis (DST) vem aumentando19 20 e pode ter por
conseqüência imediata uretrites, salpingites e, a longo prazo, infertilidade,
gravidez ectópica ou câncer de colo uterino24. Sabemos que ter
uma DST aumenta a chance de contaminação pelo HIV e, além disso, constatamos
que o perfil epidemiológico da AIDS7 mostra uma maior
prevalência entre adultos jovens e uma tendência à heterossexualização e
pauperização da doença8. No Brasil não há informações sobre a
prevalência de DST entre adolescentes e o número de casos notificados está bem
abaixo das estimativas16, talvez porque somente a
AIDS e a sífilis sejam de notificação
compulsória e cerca de 70% das pessoas com DST busquem tratamento em farmácias.
Nos EUA, alguns autores29 inferem que a prevalência de DST entre
adolescentes deve ser em torno de 25% e a faixa etária de 15 a 24 anos é a de
maior risco21.
Fatores biológicos, psíquicos e sociais podem aumentar a
vulnerabilidade dos adolescentes às DST. Do ponto de vista biológico, o
epitélio cilíndrico do colo do útero na adolescência se encontra mais exposto e
tanto as clamídeas como os gonococos têm predileção por este tecido10.
A baixa idade da menarca pode levar a um início precoce da atividade sexual,
aumentando a probabilidade de contaminação2. No âmbito psíquico,
a adolescência é uma fase de definição da identidade sexual com experimentação
e variabilidade de parceiros. O pensamento abstrato ainda incipiente nos
adolescentes faz com que se sintam invulneráveis, se expondo a riscos sem
prever suas conseqüências1. Instáveis, susceptíveis a influências
grupais18 13 e familiares, estes jovens beneficiam-se de um bom
relacionamento familiar para proteger-se das DST12. Na esfera
social, os baixos níveis escolar e socioeconômico estão associados às DST28.
Os modelos hegemônicos de comportamento de gênero também são responsáveis por
atividades que colocam em risco a saúde tanto do homem quanto da mulher13 26,
assim como o uso de álcool e drogas, já comprovados por diversos estudos3 5
6 9 3 25.
Este estudo foi feito com o objetivo de conhecer o perfil
sexual dos adolescentes atendidos no
Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (NESA/ UERJ) e identificar fatores de risco às DST na adolescência.
MATERIAL E MÉTODOS
A população alvo do estudo foi o público adolescente que
procurou atendimento médico no NESA/UERJ no período de agosto de 2001 a julho
de 2002. A escolha dos participantes foi aleatória, e privilegiou-se os
ambulatórios de DST, ginecologia e urologia, onde a possibilidade de existirem
pacientes sexualmente ativos e portadores de DST era maior. O critério
diagnóstico de DST foi clínico e/ou laboratorial, utilizando-se a abordagem
sindrômica definida no Manual de DST do Ministério da Saúde15.
Todos os participantes da pesquisa com suspeita ou diagnóstico clínico de DST
foram aconselhados, no momento da consulta médica, quanto ao teste anti-HIV e
outros exames laboratoriais para diagnóstico (sorologias: sífilis e hepatite B,
bacterioscopia e cultura de lesões e secreções) e, estando de acordo, estes
foram realizados.
O instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista
previamente estabelecido e testado por um estudo piloto com 20 adolescentes não
incluídos na amostra do estudo. Todos os entrevistadores foram treinados antes
de ir a campo. As entrevistas eram realizadas a sós com o adolescente, após seu
consentimento e do responsável. O roteiro era composto de três partes. A
primeira delas investigava dados pessoais, tais como: idade, situação conjugal,
renda familiar, histórico escolar, uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras
drogas. Perguntou-se sobre a freqüência à escola e escolaridade. Considerou-se
atraso escolar uma defasagem maior que dois anos em relação à idade esperada
para
Taquette SR et al
a série freqüentada. O uso de bebidas foi
classificado em 1 vez na vida, no último
mês ou seis vezes no último mês.
Na segunda parte da entrevista, indagamos ao adolescente
acerca da família, das pessoas com quem morava, e de seu relacionamento com os
pais, se havia, por exemplo, violência entre seus membros. Na terceira parte, o
histórico pubertário e sexual do adolescente, a época da menarca/semenarca e da
primeira relação sexual foram investigados. A respeito do primeiro coito,
buscamos saber como e com quem ocorreu. Em seguida, perguntamos-lhe quanto à
existência em sua vida de outras práticas sexuais, ou seja, homossexualidade,
prostituição e histórico de abuso
sexual. As últimas perguntas foram sobre o número de parceiros sexuais e sobre
o uso de preservativos.
Utilizamos o teste qui-quadrado com nível de significância
de 95%4 na análise dos dados. O Projeto de pesquisa foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Pedro Ernesto e os termos de
consentimento livre e esclarecido foram assinados.
RESULTADOS
Todas as entrevistas foram realizadas em ambiente que
garantia privacidade. O tempo médio de duração de cada uma foi de 25 minutos.
Entrevistamos 356 adolescentes: destes, 109 eram sexualmente ativos portadores
de DST (Grupo A), 115 sexualmente ativos, porém sem DST (Grupo B) e 132 ainda
não tinham iniciado atividade sexual (Grupo C). Na Tabela 1, podemos ver a
composição dos grupos. Adolescentes masculinos compunham 29,5% da amostra e
femininos 70,5%. O predomínio de moças ocorreu devido ao grande volume de
atendimento do ambulatório de ginecologia. O percentual de homens e mulheres em
cada grupo foi semelhante.
Tabela 1 - Distribuição dos
participantes segundo a presença de atividade sexual e doenças sexualmente
transmissíveis.
Grupo A Grupo
B Grupo C
Sexo Amostra total sexual/ativos c/DST sexual/ativos s/DST s/atividade sexual n° % n° % n° % n° %
Masculino 105 29,5 31 28,4 32 27,8 42 31,8
Feminino 251 70,5 78 71,6 83 72,2 90 68,2
Total 356 100,0 109 100,0 115 100,0 132 100,0
A faixa etária dos adolescentes variou de 12 a 19 anos,
sendo a média de idade nos grupos de portadores de DST (grupo A) e não
portadores (grupo B + grupo C) de 16,8 e 16,3 anos respectivamente. A renda
familiar média foi de 3,6 salários mínimos no grupo com DST e de 4,3 no grupo
sem DST. Na situação conjugal, a maioria dos adolescentes era solteira. Em
relação à escolaridade, grande parte dos adolescentes estava na escola.
Entretanto, o atraso escolar maior que dois anos foi encontrado com mais
freqüência entre os portadores de DST, sendo esta associação estatisticamente
significativa. Estes dados estão na Tabela 2.
As variáveis uso de
tabaco, bebidas alcoólicas e drogas ilícitas tiveram uma associação estatisticamente
significativa com ser
211
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
37(3):210-214, mai-jun, 2004
|
Tabela 2 - Distribuição dos
adolescentes segundo algumas características
Situação conjugal
|
|
|
|
|
sem
companheiro/a
|
95
|
87,2
|
233
|
94,3
|
com companheiro/a
Histórico escolar
|
14
|
12,8
|
14
|
5,7
|
estão na
escola
|
82
|
75,2
|
217
|
87,9
|
atraso
escolar>2anos
|
53*
|
48,6
|
62
|
25,1
|
*p<0,05
portador de DST. Entre os portadores de DST
os percentuais foram de 22%, 10,1% e 20,2% de uso de tabaco, de bebidas
alcoólicas seis vezes ou mais no último mês e de outras drogas ilícitas,
respectivamente. E entre os não portadores os percentuais das mesmas variáveis
foram de 7,7%, 3,6% e 4%. O uso de tabaco ocorreu em 22% e 7,7% dos portadores
de DST e não portadores respectivamente. Estes dados podem ser visualizados na
Tabela 3.
Tabela 3 - Distribuição dos
adolescentes segundo o uso de tabaco, álcool e drogas.
n° n°
109
|
100,0
|
247
|
100,0
|
|
Uso de tabaco
|
|
|||
sim
|
24*
|
22,0
|
19
|
7,7
|
não
Uso de bebidas alcoólicas
|
85
|
78,0
|
228
|
92,3
|
nunca usou
|
40
|
36,7
|
91
|
36,8
|
usou 1x na vida
|
19
|
17,4
|
91
|
36,8
|
usou no último mês
|
39
|
35,8
|
56
|
22,7
|
usou 6x ou mais no último mês
Uso de outras drogas
|
11*
|
10,1
|
9
|
3,7
|
sim
|
22*
|
20,2
|
10
|
4,0
|
não
|
87
|
79,8
|
237
|
96,0
|
*p<0,05
Os dados sobre a família e sobre o início pubertário podem
ser visualizados na Tabela 4. As famílias biparentais e o relacionamento bom
entre os pais foram significativamente mais freqüentes entre os adolescentes
não portadores de DST do que nos portadores. A violência intrafamiliar foi
relatada por 51,4% dos portadores de DST e por 36,4% dos não portadores. A
idade média da menarca/semenarca foi semelhante nos dois grupos. O histórico de
abuso sexual foi significativamente mais freqüente entre os adolescentes com
DST do que entre os sem DST.
No inquérito sobre atividade sexual constatamos que do
total dos entrevistados (n=356), 224 já tinham tido intercursos sexuais. Na
Tabela 5, estão descritas as principais características do histórico sexual dos
grupos de sexualmente ativos. A idade média da primeira relação sexual foi de
14,7 anos entre os portadores de DST (Grupo A) e de 15 anos entre os
sexualmente ativos não portadores de DST (Grupo B). Grande parcela dos
adolescentes iniciou a atividade sexual antes dos 15 anos, porém não houve uma
associação estatisticamente significativa entre a baixa idade do primeiro coito
e ter uma DST. Houve relato de gravidez anterior em 27,5% do Grupo A e 17,4% do
Grupo B. A prática homossexual foi referida por poucos e cerca de 10% dos
adolescentes do Grupo A já tinham se prostituído, assim como 3,5% do Grupo B. O
número de parceiros foi maior do que dois em 29,4% do Grupo A
e 33% do Grupo B. Em relação ao uso do preservativo, observou-se uma
relação estatisticamente significativa entre a freqüência às vezes ou nunca e ser
portador de DST.
Os diagnósticos mais comuns foram as uretrites entre os
homens e as vulvovaginites entre as mulheres. As primeiras foram confirmadas
com cultura da secreção uretral. Nas vulvovaginites o diagnóstico foi
predominantemente clínico.
Tabela 4 -
Distribuição dos adolescentes segundo dados familiares e pubertários.
Item
pesquisado Portadores de
DST Não portadores de DST
Grupo A Grupo B+C
n°
|
%
|
n°
|
%
|
109
|
100,0
|
247
|
100,0
|
Famílias
biparentais 30
|
27,5
|
141*
|
57,1
|
Relacionamento
bom entre os pais 33
|
30,5
|
150*
|
60,7
|
Violência
intrafamiliar 56
|
51,4
|
90
|
69,4
|
Histórico
de abuso sexual 28*
|
25,7
|
24
|
9,7
|
Idade
média men/semenarca (anos) 12,4
|
|
11,8
|
|
*p<0,05
Tabela 5 -
Distribuição dos adolescentes segundo as características da atividade sexual.
Item
pesquisado Portadores de
DST Não portadores de DST
Grupo A Grupo B
|
n°
|
%
|
n°
|
%
|
|
109
|
100,0
|
n°115
|
%100,0
|
Características do 1° coito idade média (anos)
|
14,7
|
|
15
|
|
ocorreu antes dos 15 anos
|
51
|
46,8
|
45
|
39,1
|
Como ocorreu o 1° coito espontâneo
|
103
|
94,5
|
110
|
95,7
|
forçado
|
1
|
0,9
|
0
|
0
|
por pressão
|
5
|
4,6
|
5
|
4,3
|
Com quem ocorreu o 1° coito namorado/a
|
73
|
67,0
|
92
|
80,0
|
amigo/a
|
34
|
31,2
|
16
|
13,9
|
profissional do sexo
|
2
|
1,9
|
5
|
4,3
|
marido
|
0
|
0
|
2
|
1,8
|
Histórico de gravidez
|
30
|
27,5
|
20
|
17,4
|
Homossexualidade
|
7
|
6,4
|
6
|
5,2
|
Histórico de prostituição
|
11
|
10,1
|
4
|
3,5
|
Parceiros (n° > 2)
|
53
|
48,6
|
38
|
33,0
|
Uso de preservativo nunca ou às vezes
|
85*
|
78,0
|
56
|
48,7
|
sempre ou quase sempre
|
24
|
22,0
|
59
|
51,3
|
*p<0,05
Não foi possível a coleta de secreção
vaginal ou testes (pH e aminas) em todos os casos. O diagnóstico da sífilis foi
feito por história, sinais e sintomas clínicos e por exame VDRL (Venereal Disease Research Laboratory).
Nos casos de HPV (papilomavirus humano) o diagnóstico foi clínico, havendo
lesões condilomatosas, e do herpes genital pela presença de úlceras genitais
rasas, dolorosas, precedidas de lesões vesiculares. Houve quatro casos de HIV+,
por transmissão sexual, com diagnóstico sorológico realizado obedecendose ao
fluxograma do Ministério da Saúde15 num adolescente masculino e em três
femininos. Verificamos um caso de hepatite B num rapaz que tinha sido tratado
de uma uretrite gonocócica e que apresentou IgM positiva (Anti-HbcIgM) nos
exames sorológicos realizados, sem histórico de uso de injeções contaminadas ou
transfusões sangüíneas. Houve três casos de escabiose em que o diagnóstico foi
feito através dos sintomas clínicos (escoriações e sulcos genitais pruriginosos)
e teste terapêutico, após terem sido afastados outros diagnósticos através de
exames laboratoriais. Em alguns casos houve concomitância de mais de uma DST.
Na Tabela 6, optouse por descrever somente a distribuição dos diagnósticos
principais de DST.
Tabela 6 - Distribuição dos
diagnósticos das DST em homens e mulheres..
Homens Mulheres
Diagnóstico principal
|
n°
|
%
|
n°
|
%
|
|
31
|
100,0
|
78
|
100,0
|
Uretrites gonocócicas e não gonocócicas
|
17
|
54,8
|
3
|
3,8
|
Vulvovaginites (candidíase/vaginose/tricomoníase)
|
0
|
0
|
47
|
60,3
|
HPV
|
7
|
22,6
|
15
|
19,2
|
Sífilis
|
3
|
9,7
|
7
|
9,0
|
HIV
|
1
|
3,2
|
3
|
3,8
|
Herpes genital
|
0
|
0
|
2
|
2,6
|
Escabiose
|
2
|
6,5
|
1
|
1,3
|
Hepatite B
|
1
|
3,2
|
0
|
0
|
DISCUSSÃO
A baixa idade das primeiras relações sexuais e a
variabilidade de parceiros, citados na literatura científica como fatores de
risco às DST, não se confirmaram em nossa amostra. Apesar da baixa idade média
tanto da menarca/ semenarca como do primeiro intercurso sexual no grupo
estudado, idade essa inferior à média de outros estudos sobre sexualidade na
adolescência27, nenhum destes fatores apresentou uma relação
estatisticamente significativa com ter uma DST. Outra informação que pode ser
verificada na bibliografia médica10 18 e também nos meios de comunicação
leiga é a de que o jovem é um ser promíscuo, pois a adolescência é uma fase da
vida de experimentação sexual. Não foi o que se observou neste estudo. Menos da
metade (31,2%) do total de adolescentes sexualmente ativos referiu já ter tido
mais de dois parceiros sexuais e esta variabilidade não se apresentou como um
fator de risco às DST. O diagnóstico de DST mais freqüente foi o de
vulvovaginite entre
Taquette SR et al
as moças e de uretrite entre os rapazes,
dado semelhante ao encontrado por outros autores brasileiros11.
O uso infreqüente do preservativo, o atraso escolar e o uso
de drogas lícitas e ilícitas foram as principais variáveis associadas às DST
neste estudo. Para se obter uma diminuição destes riscos são necessários
investimentos estruturais em nossa sociedade, principalmente no que diz
respeito ao acesso universal à educação e saúde. Os adolescentes não podem e
não devem ficar fora da escola. Em relação ao uso de drogas, o meio social de
modo geral e principalmente pais e
educadores devem dar o exemplo e ser menos tolerantes em relação a seu uso e
abuso, sem, contudo, apelar para atitudes policialescas, punitivas, etc. Quanto
ao preservativo, campanhas de incentivo à sua utilização em todas as relações
sexuais precisam ser intensificadas. Esta é a principal tarefa a ser
abraçada pelas equipes de saúde que
trabalham com
adolescentes. No Brasil o preservativo é
muito pouco utilizado, principalmente entre os jovens. Segundo dados do
Ministério da Saúde14, os mais baixos índices de uso (em torno de
0,2 a 1,4%) se encontram na faixa etária
de 15 a 19 anos. Nos países desenvolvidos, em especial a França, os programas
de saúde realizados no sentido de reduzir o risco de infecção pelo HIV
provocaram uma mudança profunda na sexualidade da juventude. Houve um aumento
notável da utilização do preservativo, especialmente no início da vida sexual.
No ano de 1993, 75% dos jovens de 15 a 18 anos
tiveram sua primeira relação sexual com camisinha, sendo que em 1985 este percentual fora de 7%22.
Os adolescentes em geral sabem que o preservativo evita
doenças e gravidez, mas mesmo assim não o usam. Existe uma enorme lacuna entre
o nível de conhecimento e o uso efetivo da c
amisinha. A juventude aponta numerosas justificativas para não usá-la:
esquecimento, custos e desprazer na relação sexual. Neste estudo o principal
problema identificado, ou seja, o uso infreqüente do preservativo pode ser
combatido pelas equipes de saúde e assim tornar possível uma diminuição dos
índices de DST na adolescência, e, conseqüentemente da infecção pelo HIV. Para
os pesquisadores um caminho efetivo talvez seja associar a camisinha ao prazer resultante da segurança que ela proporciona.
Não usá-la significa correr riscos de engravidar sem querer e/ou sem poder e de
ficar doente ou até morrer. Pensamos que a tranqüilidade e garantia que o
preservativo traz pode resultar em um ganho semelhante ao que a pílula
anticoncepcional trouxe em seu surgimento. Não devemos, porém, abandonar outras
medidas de redução do risco de contaminação por DST-AIDS igualmente
importantes: orientações sobre o início da vida sexual, fidelidade mútua,
redução do número de parceiros e abandono de práticas sexuais de risco. Urge que
estratégias eficazes sejam criadas para se alcançar este objetivo e, para tal,
os adolescentes têm de ser ouvidos enquanto participantes do processo. De nada
adianta oferecer-lhes soluções prontas.
213
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
37(3):210-214, mai-jun, 2004
|
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a participação, durante o
desenvolvimento da pesquisa, da médica ginecologista Dra. Renata Bessa de
Andrade, da enfermeira Rejane Araújo de Souza e dos seguintes alunos bolsistas
de graduação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro: Felipe Kaezer dos
Santos, Felipe
Nirenberg, Ene Garcez Neto e Úrsula Pérsia
Paulo dos Santos.
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